Quando se fala em Doenças Autoimunes, muitas pessoas pensam logo num painel de doenças associadas a várias comorbidades, com quadros clínicos mais graves.
Tireoidite de Hashimoto (TH) talvez seja uma doença autoimune considerada como “tranquila” por muitos, principalmente quando comparadas a outras. E infelizmente, vejo muitos profissionais, de certa forma, “menosprezando- a” ou tratando do assunto com uma simplicidade excessiva.
Estudo muito e acompanho vários pacientes que tem TH e o que percebo é que naqueles individuos que possuem os anticorpos Anti-TPO e/ ou Anti-tireoglobulina elevados, mas que ainda tem niveis “normais” ou aceitáveis de T3, T4, TSH…o discurso é quase sempre o mesmo: “É só acompanhar!”
Confesso que fico um pouco revoltada, pois a sensação que tenho é que não há nada para se fazer, a não ser esperar a função tireoidiana declinar e daí realizar a prescrição de levotiroxina…
Mas não é bem assim não! Quando se fala em níveis elevados de autoanticorpos, temos que pensar em processo inflamatório crônico nessa glândula, que além de culminar em disfunções tireoidianas como hipo e/ou hipertireoidismo, também aumenta o risco para câncer de tireoide, o 5º mais incidente em mulheres, no Brasil, segundo dados do INCA!
Certo Camila! E o que podemos fazer quando o paciente tem TH?
Para começar, mudar padrão alimentar! Fazer uma bela modulação do sistema imunológico, reduzindo processo inflamatório, produção de autoanticorpos e estresse oxidativo. Além de estimular o aumento de células que induzem autotolerância imunológica.
Reduzir exposição a interferentes endócrinos tireoidianos e toxinas, além de fornecer os principais nutrientes que auxiliam no bom funcionamento da glândula é outro ponto fundamental! Por isso, um acompanhamento nutricional faz toda a diferença, porque não é “só acompanhar os hormônios”, tem muitaa coisa para se fazer…