Obesidade atualmente é um problema mundial. E infelizmente aqui no Brasil, a realidade é bem complicada, pois mais da metade da população está acima do peso.
Pensando em desordens imunológicas como as doenças autoimunes, o excesso de peso e obesidade podem ser considerados tanto um fator desencadeador, para indivíduos geneticamente predispostos, como um fator gatilho, para quem já tem um quadro de autoimunidade, por exemplo.
E por que?
Porque a obesidade é uma condição inflamatória crônica e está associada a uma série de desordens imunológicas, endócrinas e metabólicas. Uma discussão bem interessante nesse contexto é sobre a leptina, conhecida como o “hormônio da saciedade”. O tecido adiposo é responsável pela síntese de leptina, um hormônio participante da inibição da fome no hipotálamo. O excesso de peso, na obesidade, eleva a síntese hormonal dos adipócitos e, consequentemente, os níveis de leptina. Esse estímulo promove uma resistência à ação da leptina no organismo, de forma que ela continua circulante, mas o corpo não a reconhece.
E além de todos os efeitos negativos que isso gera, a leptina também está associada a um padrão mais inflamatório.
E para completar, ainda temos os adipócitos que também são responsáveis pela secreção de citocinas inflamatórias, que por sua vez, recrutam mais células inflamatórias, como os macrófagos, amplificando toda a inflamação. Essas citocinas geram um descompasso metabólico que promove um estresse oxidativo ainda maior e consequentemente, respostas imunológicas negativas. É um ciclo sem fim.
Ciclo que precisa ser quebrado, pois a última coisa que os pacientes portadores de doenças autoimunes, principalmente em atividade, precisam é de mais inflamação. Por isso é tão importante promover um peso saudável nesses pacientes, ou seja, tratar o excesso de peso e obesidade torna-se uma das prioridades das estratégias nutricionais nesses indivíduos.