E essa frase é bem o que vemos quando falamos de doenças ou desordens imunológicas.
Hoje em dia, é cada vez mais comum atendermos pacientes com distúrbios imunológicos e isso tem crescido a cada dia. É importante entendermos que nosso sistema imune tem a capacidade de nos defender do que é estranho e também de micro-organismos patogênicos. Ele elabora uma série de respostas para dar conta desses processos, mas depois, ele precisa voltar ao seu estado de homeostase. E aí, é que mora o problema.
Em algumas pessoas, o sistema imune não retorna à homeostase e em outras, ele não consegue nem sair desse estado basal e organizar uma reposta eficiente para defesa. E ainda tem os casos em que ele não consegue distinguir o próprio do não-próprio. E todas essas situações representam um desequilíbrio preocupante.
E o que pode levar a isso?
O nosso sistema imune sofre influência de uma série de fatores: genética, epigenética, stress, exposição a toxinas ambientais, déficits nutricionais, sedentarismo, alterações endócrinas, microbioma, distúrbios do sono e ciclo circadiano e por ai vai…Esses fatores isolados ou combinados podem exercer diferentes efeitos em cada indivíduo e podem ser gatilhos para desequilíbrios imunológicos. E o mais interessante é que um sistema imune desequilibrado também pode interferir em todos esses fatores, ou seja, é uma via de mão dupla. Por isso, é tão importante compreendermos que desequilíbrios geram desequilíbrios e isso vira um ciclo sem fim.
Daí, o corpo sente, ou melhor, ele padece e como padece.
Nunca se falou tanto em doenças autoimunes, câncer, doenças e condições inflamatórias…E diante desse cenário sombrio da modernidade, como não falar em saúde imunológica? Mas o primeiro para se discutir isso, é entender os gatilhos.
Manter o nosso sistema imunológico equilibrado exige atenção especial a tudo que pode interferir direta e indiretamente no funcionamento desse sistema. Por isso, devemos buscar e investigar os gatilhos em cada um dos nossos pacientes. Sim. Porque cada paciente pode ter gatilhos diferentes ou combinações de gatilhos diferentes e só a partir dessa avaliação, conseguiremos traçar as melhores e mais assertivas estratégias. Por que para modular os pacientes com doenças imunológicas, o primeiro passo é saber o que levou ao desequilíbrio e quebrar esse ciclo de desequilíbrio gerando mais desequilíbrios.